sábado, 2 de maio de 2009


O LAR DOS HUMILDES PROMOVERÁ FORMAÇÃO DE TRABALHADORES PASSISTAS

PROGRAMAÇÃO (SEMPRE ÀS SEXTAS-FEIRAS):

08/05- ANATOMIA HUMANA E PATOLOGIAS
FACILITADOR: DR. EDSON

15/05- CENTROS DE FORÇA, FLUIDO E PERISPÍRITO
FACILITADOR: LIDUÍNA VIDAL
22/05- MECANISMOS DO PASSE
FACILITADOR: FRANCISCO REIS

29/05- PASSE EM REUNIÕES MEDIÚNICAS
FACILITADORA: SANDRA ARAÚJO

05/06- TÉCNICAS NA PRÁTICA DO PASSE
FACILITADORA: NONATO E SOLANGE LOIOLA

INSCRIÇÕES: NA LIVRARIA DO CELH
INVESTIMENTO: UM QUILO DE ALIMENTO
PÚBLICO ALVO: TRABALHADORES EM ATIVIDADE DE PASSE E ESTUDANTES DO ESDE II

CURSO RESTRITO AOS TRABALHADORES DO LAR DOS HUMILDES
A TÉCNICA DO PASSE
Rubens Policastro Meira
Ante um problema qualquer, em toda ordem de coisas, a atitude do homem sensato, do pesquisador, do homem de ciência, é completamente diversa do homem comum.
O investigador e o homem comum têm cada um sua psicologia peculiar, e dela nasce, espontaneamente, a força que os impulsiona à ação.Tanto o homem de ciência como o comum são interessados; porém, o interesse do primeiro não é imediato, e o do segundo, ao contrário, o é.Aquele, o homem de ciência, tem uma meta da qual sabe e compreende que está separado por uma estrada repleta de sacrifícios, que são: a Lei, o Imutável, o Necessário, os quais são o fruto do trabalho, da investigação e do raciocínio.Começa por conhecer a natureza íntima de sua matéria de estudo. A análise e a síntese com suas operações intelectuais.Dessa forma, busca a sujeição dos fenômenos parciais às leis comprovadas, aos princípios fundamentais, aos axiomas evidentes, e após a fatigante marcha, encontra a coordenação necessária de um fenômeno com outro, e, assim, uma Lei, essa preciosa síntese racional que valoriza seus esforços e os exalta. Este foi o procedimento adotado por Allan Kardec, ao longo de sua trajetória.Este o exemplo que nos legou, e que devemos manter vivo em nossos núcleos de estudos.Já o homem comum, o profano, não deseja dar-se a esse trabalho, desejando que a idéia se materialize sem esforço algum. Refratário à investigação, lança-se à experiência, desprezando e tendo como inútil o conhecimento teórico. O resultado pode ser uma vitória, um triunfo, ou uma derrota desastrada, uma desgraça.O Entrade - Encontro de Trabalhadores e Dirigentes Espíritas, procura estabelecer nos corações e nas consciências, o Espírito de estudo, pesquisa, trabalho, bom senso, vivência, e para tal a campanha "Reforma do Centro Espírita" (retorno a Kardec) é de suma importância, tendo em vista que a grande maioria das Casas Espíritas, seus dirigentes e freqüentadores, se enquadram na análise dos refratários, como dissemos.Sobre o título do estudo "A Técnica do Passe", iremos enfocá-lo de forma mais abrangente possível. Antes de iniciarmos o estudo propriamente dito, queremos enfocar a seguir dois conceitos de grande importância. Saúde e EnfermidadeO Universo (que vemos e que não vemos) é de um equilíbrio, de uma perfeição, de uma harmonia sem par. A causa primeira e inteligência suprema (Deus) foi de uma perfeição absoluta, quando de sua criação.
Com base nessa premissa, podemos indagar: Que é saúde? Que é enfermidade?
Definimos a saúde como sendo a harmonia perfeita entre o microcosmo e o macrocosmo, como o resultado de viver em completa harmonia, em completo acordo, com as Leis que regem o Universo, o Cosmos. Leis Morais e Materiais, da Natureza. A mudança desse ritmo vibratório normal (ódio, egoísmo, amor próprio excessivo, gula, paixões inferiores etc.) produz o desequilíbrio, e é deste desequilíbrio que se origina a enfermidade. Este desequilíbrio pode ocorrer ao longo dos séculos, milênios.A Lei de movimento e evolução implica um sucessivo acondicionamento do ser humano (encarnado ou desencarnado) a uma contínua transformação, a qual se manifesta em todas as ordens da vida.A vida é e será sempre uma perene, eterna e infinita potência criadora no Universo.A ela, à Vida, se devem as formas de pensamento, as concepções humanas, que logo se materializam, se corporificam no plano dos sentidos físicos.Dessa forma, podemos assimilar a existência de modulações vibratórias que constituem a essência da Vida, adquirindo diversas densidades de expressão entre o plano material e o plano espiritual.A Vida é uma criação de Deus, e das Leis Cósmicas, e por isso, estamos intimamente ligados ao Todo. No físico ou denso, no sutil ou espiritual. Esta mesma relação de continuidade opera-se com respeito aos elementos de nosso planeta, e olhando mais longe, vemos que se estende até às potências cósmicas, dentro da esfera do Universo.Traduzindo, portanto, em linguagem mais simples, o homem significa equilíbrio ou desequilíbrio das forças cósmicas, espirituais ou materiais. Forças que partem do sutil ao denso e do denso ao sutil. Assim, no que concerne à Vida, os efeitos são a saúde ou a enfermidade.Chegados a este ponto, e compreendendo-o, destacamos que, uma pessoa pode estar fisicamente mal, quando seu mundo espiritual não está em harmonia, o que provoca o desequilíbrio (a enfermidade) físico por repercussão. Primórdios do PasseAs doenças sempre afetaram o Espírito humano, encarnado ou desencarnado, desde a individualização do princípio inteligente do Universo, (LE-23) em ser inteligente da criação (LE-76). Doenças do corpo e do Espírito.Nos tempos primitivos surge a medicina mágica e empírica. Além do uso de plantas curativas, cujo aprendizado foi obtido mediante a observação do comportamento dos animais, usava o apelo às forças sobrenaturais, Espíritos, deuses, demônios etc.A partir do neolítico, estruturando-se a sociedade em classes, constituiu-se uma casta sacerdotal que se apodera das funções de curar, encaradas como um segredo tradicional e simultaneamente como manifestação do poder curador da divindade.
Para o pesquisador, as fontes principais para o conhecimento destas informações são:
O papiro de Ebers, escrito entre 1553-1550 A.C;
O papiro Brugsch, escrito provavelmente cerca de 1.200 A.C.;
O papiro Edwin Smith, cerca de 1.700 A.C.,
cópia de outro mais antigo, escrito cerca de 3.000 A.C.
Nestes textos encontram-se considerações astrológicas, fórmulas de esconjuros (preces), invocações mágicas de deuses (espíritos), bem como os medicamentos e plantas mais utilizados.Relatos idênticos encontram-se junto aos hebreus (Israel), indianos, chineses, etc.Na literatura grega (pós-homérica) revela-se a arte mágica e mística de curar, como dependente de entidades divinas ou mitológicas, como Apolo, Atena, Higia, Quiron, e principalmente Asclépio (o esculápio).Na Caldéia, na Índia, os magos e os brâmanes curavam pelo olhar, pela imposição de mãos...Galeno, um dos pais da medicina moderna, utilizava os passes curadores, que o fizeram passar por feiticeiro e o obrigaram a deixar Roma.
Na China do século XVIII A.C., encontram-se relatos de curas obtidas pelo olhar, pelo toque das mãos, etc...Encontram-se gravuras do ano 928 A.C., retratando o famoso médico CHIRON, ensinando seu discípulo ESCULÁPIO, que posteriormente utilizaria os recursos do magnetismo entre os romanos, para curá-los, por intermédio de toques manuais.
HIPÓCRATES costumava dizer que "as dores de que padecem o corpo e a alma podem ser vistas com os olhos fechados".No Antigo Testamento, além de inúmeros relatos de manifestação dos espíritos, lembramos a leitura de I REIS - 17:17 a 24 e II REIS - 4:32 a 36.
Por este sucinto resumo podemos verificar que o PASSE, A IMPOSIÇÃO DE MÃOS, O OLHAR, como terapêutica espiritual, remonta às mais recuadas eras, donde se conclui que a crença, a interferência e as manifestações dos espíritos se fazem presentes e acompanham o ser humano ao longo da sua história e dos tempos. O advento de Jesus, o CristoCom a vinda de Jesus, altera-se o ambiente terráqueo, e as curas tomam uma nova conotação: O AMOR que a tudo preside. Jesus marcou uma nova era na história da humanidade. Sua presença, seus ensinamentos, seus exemplos, separam a história em ANTES e DEPOIS DO CRISTO.Já não vigoraria, doravante, a máxima egoísta de NÃO FAÇAS AOS OUTROS O QUE NÃO QUERES QUE TE FAÇAM. Mas sim, a nova máxima, oriunda do Amor: FAZE AOS OUTROS O QUE QUERES QUE TE FAÇAM.Simples como o Amor. Uma única palavra de negação , NÃO, altera todo o conteúdo de comportamento, a partir de Jesus.Alguns fatos verificados nos processos de cura, relatados no Novo Testamento, chamam nossa atenção e merecem de todos nós, uma análise e estudo conscientes, à luz da Doutrina dos Espíritos.Tais fatos demonstram fatores importantes, como a FÉ (certeza, convicção), a VIRTUDE (fluidos, energias), MERECIMENTO, NECESSIDADE, etc. que foram relatados pelos discípulos e companheiros do MESTRE.Endereçamos o leitor e companheiro, para sua pesquisa e análise pessoal, aos fatos com as indicações das principais curas, objetos dos relatos.
LEPROSOS
Mateus - 8: 1 a 17 Marcos - 1: 39 a 42 Lucas - 5: 12 a 13 Lucas - 17: 12 a 19
CEGOS - SURDOS - MUDOS
Mateus - 9: 27 a 29 Mateus - 21: 29 a 34 Marcos - 7: 32 a 35 Marcos - 8: 22 a 26 Marcos - 10: 46 a 52 Lucas - 18: 35 a 42 João - 5: 1 a 14 João - 9: 1 a 13
MULHER HEMORROÍSA
Mateus - 9: 20 a 22 Marcos - 5: 25 a 34 Lucas - 8: 43 a 48
ENDEMONIADOS - OBSEDIADOS
Mateus - 9: 32 a 33 Mateus - 12: 22 Mateus - 15: 22 a 28 Mateus - 17: 14 a 21 Marcos - 1: 23 a 26 Marcos - 9: 17 a 29 Lucas - 4: 33 a 35 Lucas - 4: 41 Lucas - 8: 2 Lucas - 9: 38 a 42 Lucas - 10: 14 Atos - 8: 7
CONSIDERAÇÕES SOBRE A OBSESSÃO
Mateus - 12: 43 a 45 Lucas - 11: 17 a 26
PARALÍTICOS - COXOS - DEFORMADOS
Mateus - 12: 10 a 13 Marcos - 2: 3 a 12 Marcos - 3: 3 a 5 Lucas - 5: 18 a 20 Lucas - 5: 23 a 25 Lucas - 6: 6 a 10 Lucas - 13: 11 a 13 Atos - 3: 1 a 12 Atos - 8: 7 Atos - 9: 33 a 34 Atos - 14: 8 a 10
MORIBUNDOS
Marcos - 5: 22 a 23 Marcos - 5: 35 a 43 Lucas - 7: 12 a 15 Lucas - 8: 41 a 42 Lucas - 8: 49 a 55 Atos - 9: 37 a 41
DIVERSAS ENFERMIDADES
Mateus - 15: 30 a 31 Marcos - 1: 29 a 31 Marcos - 1: 32 a 34 Marcos - 6: 5 Marcos - 6: 55 a 56 Lucas - 4: 38 a 39 Lucas - 4: 40 Lucas - 6: 17 a 19 Lucas - 7: 2 a 10 Lucas - 9: 11 Atos - 5: 12 Atos - 5: 16 Atos - 19: 11 a 12 Atos - 28: 8 a 9
FÉ (CONVICÇÃO - PODER DE CURAR)
Mateus - 10: 1 a 28 Marcos - 3: 14 a 15 Marcos - 6: 7 a 13 Lucas - 9: 1 a 2 Lucas - 10: 9 Lucas - 10: 17 a 20 Atos - 4; 30
COMPETIÇÃO ENTRE COMPANHEIROS
Marcos - 9: 38 a 40 Lucas - 9: 49 a 50
COBRANÇA FINANCEIRA PARA CURAR
Atos - 16: 16 a 31
MORAL DO TRABALHADOR SOBRE OS ESPÍRITOS
Atos - 19: 13 a 17
Os precursores - Para encerrarmos este item "histórico", vamos estudar e analisar alguns dos principais precursores, na história do magnetismo e do passe.
PARACELSO - (1493-1541)Seu nome era FELIX AURELIO TEOFRASTO BONBAST VON HODENHEIM. Médico, antropólogo, teólogo e um grande médium. Na época denominava-se mago.Sem ter os conhecimentos científicos, hoje em voga, PARACELSO sustentava que a NATUREZA era a autoridade suprema e que nela dever-se-ia buscar todas as verdades, porque a natureza, diferentemente do homem, não comete erros.Ensinava que o mundo natural é "algo mais" daquilo que se pode ver com os olhos, sentir com as mãos, pesar ou medir. Inclui uma variedade de influências sobre a vida dos seres humanos.As coisas não são simples pedaços de matéria inerte: possuem propriedades ocultas que se fundamentam em um mundo invisível.Afirmou que o homem possui em si mesmo um fluido magnético e que sem essa energia não poderia existir. Trataria-se de uma espécie de fluido universal que produz todos os fenômenos que observamos. Com base nestes conceitos afirmava que, como o homem emite e recebe vibrações, pode também emitir ou receber boas ou más vibrações.PARACELSO foi um dos principais precursores do estudo do magnetismo animal, ainda que se considere MESMER, posterior quase dois séculos, como o pai da teoria do magnetismo.PARACELSO aplicava suas idéias à medicina afirmando que "o primeiro médico do homem é Deus", autor da saúde, já que "o corpo não é mais que a casa da alma".
VAN HELMONT - (1577-1644)JUAN BAUTISTA VAN HELMONT, projetou nova luz sobre o magnetismo animal, tendo sido o mais importante continuador e discípulo de PARACELSO.Estabeleceu uma clara distinção entre o que chamava magnetismo animal proveniente do corpo físico do homem (exterior), e as vibrações que emanavam do "homem interior", de suas forças espirituais.VAN HELMONT estava associado com o círculo inglês de LADY CONWAY, que por sua vez estava associada a VALENTINE GREATRAKES, famosa médium irlandeza de curas, de forma gratuita, mediante orações e passes com as mãos impostas sobre o paciente. Tal fato sugere que os "passes magnéticos" podem ter nascido de antigas tradições religiosas, como já verificamos, suscintamente.A Igreja, como sempre, combateu os médiuns, e VAN HELMONT certa feita, respondendo a um jesuíta as críticas que o mesmo fizera a PARACELSO, atribuindo ao demônio as curas por ele efetuadas, expressou que os teólogos deveriam se ocupar com as causas divinas e os naturalistas com as causas da natureza, porque a natureza não havia escolhido os teólogos como seus intérpretes, e sim os seus filhos, os físicos e naturalistas.
MESMER - (1734-1815)FRIEDRICH FRANZ ANTON MESMER, era médico. As curas magnéticas de MESMER provinham de uma tradição que reconhecia como expoente máximo PARACELSO.Sua teoria, com base na tese de doutorado apresentada em Viena em 1776, denominada de PLANETARUM INFLUXU (A influência dos planetas na cura das enfermidades). A tese descrevia a influência dos planetas por intermédio de um fluido universal com poderes magnéticos sobre a matéria viva. Descrevia também o magnetismo animal, que existiria em duas formas opostas e tenderia a emanar dos lados direito e esquerdo do corpo humano.Explicava que a cura das enfermidades consistia na restauração do equilíbrio ou harmonia alteradas entre os dois fluidos.Com base nestas teorias, MESMER construiu sua técnica terapêutica, utilizando a fixação dos olhos e os passes com as mãos. MESMER criou uma escola pelos métodos empregados, o MESMERISMO.Sua teoria expunha e descrevia que um princípio imponderável atuava sobre os corpos; que em todo organismo vivente existe um fluido magnético, no qual circula uma força especial animando tanto o mundo orgânico como o inorgânico; que esse fluido se transmite, podendo revigorar os corpos debilitados; que as pessoas dotadas de grande vitalidade podem transmitir essa energia aos outros, se souberem dirigir essa mesma energia, utilizando a imposição das mãos.Sobre as forças vitais, MESMER apoiou-se em WILLIAM MAXWELL, que em 1676, na sua obra MEDICINA MAGNÉTICA, afirma que a alma humana não está contida dentro dos limites do corpo e atua fora dele; que o corpo humano emite radiações, compostas de elementos imateriais, que são os veículos que transmitem a ação da alma e que contém forças vitais.MESMER assegurava que dirigindo esse fluido segundo métodos corretos, poder-se-ia "curar imediatamente as doenças dos nervos e mediatamente as outras" e que "a arte de curar chegaria assim à sua perfeição última".Acrescentava MESMER, que o organismo como um todo, age como elemento sensível e captor das energias fluídicas e qualquer desequilíbrio rompendo a harmonia entre o homem e o todo, gera a doença.Dessa forma, acrescentava, não haveria senão uma única doença, sob múltiplos aspectos, como, similarmente, não haveria senão um único remédio para todos os males: o magnetismo. DIVERSOSEntre os estudiosos e pesquisadores, criaram-se ao longo do tempo escolas que se diferenciavam na arte e no processo de curas pela magnetização (Passes).A descrição de MESMER, que fez escola, de que existiriam duas formas opostas, no magnetismo animal, que tenderiam a emanar-se dos lados direito e esquerdo do corpo humano, denominou-se POLARIDADE DOS CORPOS.
Vários pesquisadores, tendo à frente H. DURVILLE, afirmavam que o corpo humano, como qualquer outro objeto, seria polarizado, ou seja o lado direito positivo e o lado esquerdo negativo. Que dessa forma não se poderia magnetizar indistintamente com a mão direita ou com a esquerda.No entanto, vários outros pesquisadores, como DU POTET, DELEUZE, GAUTHIER, BUÉ, BINET e FERÉ e inclusive a Doutrina Espirita, CONTESTAM as conclusões dos POLARISTAS, afirmando que a potência volitiva do magnetizador UNIFICA a ação radiante dos fluidos e a conduz com igual segurança ao paciente, de face, de lado, pelas costas, de perto ou de longe, através de um compartimento para outro, vendo ou não vendo o paciente.Todos, polaristas ou não, evidenciam um fato: a ação curadora do fluido magnético.
Para o estudo e a análise, por parte dos leitores interessados, endereçamos às seguintes obras:
MICHAELUS - MAGNETISMO ESPIRITUAL (FEB)
JOSÉ LAPPONI - HIPNOTISMO E ESPIRITISMO
ALLAN KARDEC - O LIVRO DOS MEDIUNS
ALLAN KARDEC - OBRAS POSTUMAS
ALLAN KARDEC - REVISTA ESPIRITA
H. DURVILLE - TRAITÉ EXPERIMENTAL DE MAGNETISME
DU POTET - TRAITÉ COMPLET DE MAGNETISME ANIMAL
DELEUZE - INSTRUCTIONS
H. GAUTHIÉR - MAGNETISME ET SONAMBULISME
ALFONSE BUÉ - LE MAGNETISME CURATIF
BINET e FERÉ - LE MAGNETISME ANIMAL
ALLAN KARDEC (03.10.1804/31.03.1869)Doutrina dos Espíritos - A Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec, veio trazer luzes às trevas do conhecimento humano.Sua missão, bem como a dos espíritas em geral, é a de contribuir para o aprimoramento dos espíritos, encarnados e desencarnados, com o fim de libertá-los da ignorância e da superstição. Racionalizando a fé, conduz o ser à certeza, à convicção das Leis Imutáveis que regem a Vida, de Deus, Causa Primeira e Inteligência Suprema do Universo, enfim, ao conhecimento integral da Verdade.Conhecereis a Verdade e ela vos libertará, afirmou Jesus há quase 2 milênios.No que tange às curas, ao passe, a Doutrina dos Espíritos, fruto da interação entre encarnados e desencarnados, hoje aliada às inúmeras pesquisas científicas em todo o planeta, veio demonstrar a existência do perispírito, estabelecendo sua origem, suas propriedades e suas funções; veio estudar a propriedade dos fluidos, bem como a ação desses mesmos fluidos sobre a matéria.Allan Kardec, para codificar a Doutrina, criou e estabeleceu uma metodologia científica, que até o presente momento serve de parâmetro para todos os pesquisadores sérios: - Localizar e descobrir o fenômeno; - Observar e conhecer o fenômeno na sua manifestação; - Provar e comprovar que o fenômeno existe, e - Estudar, conhecer e formular as causas e o mecanismo desse fenômenos. A Criação e os FluidosNão é nosso propósito efetuar um estudo sobre a CRIAÇÃO, no entanto as conotações sobre o PASSE nos obrigam a suscintamente estabelecer certos parâmetros, para melhor entendimento.É assim que, com Kardec, vamos remontar às origens.Em "O Livro dos Espíritos", no capítulo - dos Elementos Gerais do Universo - à pergunta 27, temos:"Haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o espírito? Sim, e acima de ambos Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Essas três coisas são o princípio de tudo o que existe..."
A matéria, como Princípio Material, Fluido Universal, "é a matéria elementar primitiva, da qual as modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da natureza".(GÊNESE - CAP. XIV - item 2 / LIVRO DOS MÉDIUNS - CAP. IV - item 74 - Questões 1 a 5 - CAP. VIII - item 130).
O ESPÍRITO, como Princípio Espiritual, Princípio Inteligente do Universo (L. ESPÍRITOS - 23) que pelos caminhos da evolução, se individualiza, como ser Inteligente da criação (LIVRO DOS ESPÍRITOS - 76).Continuando, à resposta da pergunta 27 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, vemos que: "...Esse fluido universal ou primitivo, ou elementar, sendo agente de que o Espírito se serve, é o princípio sem o qual a matéria permaneceria em perpétuo estado de dispersão, e não adquiriria jamais as propriedades que a gravidade lhe dá".
Na atualidade, a ciência praticamente sanciona a tese da matéria elementar, e o desenvolvimento da física quântica amplia as possibilidades referidas por Kardec.
Sabe-se hoje, que a matéria elementar é uma realidade e que sua natureza não é atômica, mas sub-atômica.O fluido elementar, universal, anunciado pelos Espíritos, já é admitido pela ciência, com outra nomenclatura: DIRAC, nos traz a teoria do "oceano livre de elétrons"; ARTHUR COMPTON, nos diz que "os campos de força, que estão por trás da energia, parecem ser pensamento..."A ciência demonstra, na atualidade, a ação da mente sobre a matéria, conforme pesquisas na ex-URSS, e Rhine nos EEUU.Kardec, em A GÊNESE, Cap. XIV - Os Fluidos, nos demonstra no item 2, que o Fluido Universal, "como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele".Nos mostra que o ponto intermediário "é o da transformação do fluido em matéria tangível".No item 3, do mesmo capítulo, nos diz que o fluido cósmico (universal, primitivo) não é uniforme no estado de eterização (sutil); que sofre modificações variadas e mais numerosas do que no estado de matéria tangível; que tais modificações constituem fluidos distintos, que são dotados de propriedades especiais; que esses fluidos são para os Espíritos a matéria prima, as substâncias que eles utilizam para elaborar e combinar para produzirem determinados efeitos, pois conforme "O LIVRO DOS ESPÍRITOS, pergunta 27, in-fine, "...é o agente de que o Espírito se utiliza..."
Para o estudo e análise do PASSE, é de suma importância estudar e analisar o cap. XIV - OS FLUIDOS, de "A GÊNESE" de Allan Kardec.
Princípio Vital e PerispíritoExaminando o cap. IV, da parte 1, de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS", à perg. 61, verificamos que a matéria dos corpos orgânicos e inorgânicos, "...é sempre a mesma, porém nos corpos orgânicos está animalizada". E a causa da animalização da matéria, está justamente, "na sua união com o princípio vital" (L. E. - 62).Esse princípio vital, tem sua origem na matéria universal, modificada, e é um dos elementos necessários à constituição do Universo (L. E. - 64). Igualmente verifica-se que esse princípio vital, é o que geralmente chamamos de fluido magnético, fluido elétrico animalizado (L. E. - 65).No mesmo capítulo encontramos, nos comentários de Kardec à pergunta 70, importantes considerações que se relacionam com o PASSE.
Esclarece que o fluido vital não é absoluto em todos os seres orgânicos. Varia segundo a espécie de indivíduo; que a quantidade de fluido vital se esgota, se não for renovada pela absorção e assimilação das substâncias que o contém; e mais importante ainda, que "o fluido vital se transmite de um indivíduo a outro, podendo doá-lo a um que o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se".
Continuando na pesquisa, anotamos que o PERISPÍRITO tem "sua origem no fluido universal de cada globo..." (L. E.- Parte 2 - Cap. I - perg. 94).
Em "A GÊNESE", Kardec nos informa no cap. XI, item 17, que "...Como toda matéria, ele é extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre uma modificação especial". E no cap. XIV, item 7, da mesma obra, nos afirma que "O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, É UM DOS MAIS IMPORTANTES produtos do fluido cósmico; É UMA CONDENSAÇÃO desse fluido em torno de UM FOCO DE INTELIGÊNCIA, OU ALMA".
Na mesma obra, cap. I, item 39, Kardec nos diz ainda, que "o perispírito representa importantíssimo papel no organismo e numa multidão de afecções, que se ligam à fisiologia, assim como à psicologia". Qualidade dos FluidosOs fluidos espirituais, são um dos estados do fluido cósmico universal, os quais são a atmosfera dos seres espirituais e ao mesmo tempo os elementos dos quais extraem os materiais para as diversas operações. Dessa forma os Espíritos agem sobre os fluidos espirituais empregando o pensamento e a vontade. O Pensamento é um atributo do Espírito. É pelo pensamento que imprimem àqueles fluidos as características necessárias, mudando-lhes as propriedades, combinando-os segundo determinadas leis. É o grande laboratório da vida espiritual.Às vezes essas transformações são resultantes de uma intenção; de outras, são produtos de um pensamento inconsciente.Os fluidos são o veículo do pensamento, e este atua constantemente sobre aquele. Pode-se dizer que nos fluidos há ondas e raios de pensamento, que se entrecruzam sem se confundirem.Sendo os fluidos o veículo do pensamento dos Espíritos, sofrendo sua ação, modificando-lhes as propriedades, torna-se evidente que esses mesmos fluidos encontram-se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, estando modificados pela PUREZA ou IMPUREZA dos sentimentos de quem os emitem (o pensamento).Não há como enumerar ou classificar as qualidades dos fluidos, dado a grande diversidade dos pensamentos. Os fluidos, não possuindo características e qualidades próprias, pois são NEUTROS, os adquirem no MEIO onde se elaboram. Não há, também, denominações particularizantes, podendo ser designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais.Kardec nos mostra que, "sob o ponto de vista MORAL, carregam em si os sentimentos de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, violência, hipocrisia, bondade, benevolência, amor, caridade, doçura, etc. Sob o ponto de vista do aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, irritantes, tóxicos, reparadores, etc".O encarnado, como Espírito que é, atua, pelo pensamento, sobre os fluidos espirituais, da mesma forma, identicamente, como o pensamento dos desencarnados, e se transmite (o pensamento) de Espírito a Espírito, utilizando as mesmas vias, (os fluidos) e conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientais.Dessa forma, sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, (como o dos desencarnados) ele os assimila com extrema facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido.Kardec, ainda nos diz que: "Esses fluidos atuando sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material, com o qual se acha em contato molecular, ocasionando dessa forma, impresso salutar se forem de boa natureza e penosa se forem maus, deletérios. Se esses eflúvios maus, deletérios, forem permanentes e enérgicos podem ocasionar desordens físicas e não são outras, as causas de diversas enfermidades.Para que se alterem as qualidades e propriedades dos fluidos, não é necessário que o pensamento se exteriorize por palavras, basta a sua irradiação que sempre existe, desde que se pensou.O pensamento produz uma espécie de efeito físico que age sobre o moral, o ambiente, etc.; é uma emissão que ocasiona perda real de fluidos espirituais e, conseqüentemente, de fluidos materiais. Da mesma forma que um pensamento mau, viciado, produz sensações más, um pensamento bondoso, de amor, produz, sensações salutares, reparadoras.Kardec pergunta então: "Como fugiremos à influência dos maus Espíritos que pululam em torno de nós?O meio é simples, porque depende da vontade do homem. Os fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos".Conforme já vimos, os Espíritos exercem ação e atuam sobre a matéria. E dessa forma podem efetuar transformações moleculares, dando às substâncias as qualidades necessárias. É muito importante, para todos nós a leitura e o estudo do cap. VIII - 2 parte de "O LIVRO DOS MÉDIUNS" - Laboratório do Mundo Invisível, no item 130 - in-fine, do capítulo citado, encontramos: "...Pois que ao Espírito é possível tão grande ação sobre a matéria elementar, concebe-se que lhe seja dado não só formar substâncias, mas também modificar-lhes as propriedades, fazendo para isso, A SUA VONTADE, o efeito de reativo". (Caixa alta nossa).No item 131, em continuação, Kardec esclarece:"Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, QUASE SEMPRE ASSISTIDO POR OUTRO ESPÍRITO. Ele opera a transmutação por MEIO DO FLUIDO MAGNÉTICO......A vontade, em todos os fenômenos, desempenha PAPEL RELEVANTE. A vontade é ATRIBUTO do Espírito, e com essa alavanca, ele ATUA sobre a matéria elementar, reagindo sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas (atômicas) vêm assim a ficar transformadas.A VONTADE é atributo do Espírito, SEJA ENCARNADO OU DESENCARNADO. Assim se explica a faculdade de cura de certas pessoas, pelo contato e pela imposição de mãos (Passes), faculdade que algumas pessoas possuem em grau mais ou menos elevado". (Caixa alta e parênteses nossos).É de grande importância a frase, "QUASE SEMPRE ASSISTIDO POR OUTRO ESPÍRITO".Demonstra-nos a assistência dos Espíritos nos trabalhos que encetamos.Há uma observação, nossa, no tocante à tradução, relativa àquela frase:Na tradução FEB - 43ª edição: POR OUTRO ESPÍRITO...Na tradução EDICEL - Por Herculano Pires: POR UM ESPÍRITO DESENCARNADO.No original: ...ASSISTÉ PAR UN ESPRIT ÉTRANGER,...Em nossa opinião, a tradução de Herculano Pires presta-se a uma melhor interpretação, tendo em vista demonstrar a assistência de um agente oculto. Tal fato se impõe, uma vez que na tradução da FEB a frase "POR OUTRO ESPÍRITO", simplesmente pode dar dupla interpretação:- ESPÍRITO DESENCARNADO- OUTRO ESPÍRITO ENCARNADOKardec, deixou bem claro que a assistência dava-se via Espírito desencarnado. O Passe EspíritaSobre o assunto, Kardec tratou sobre o aspecto geral de CURAS e nos demonstra que "este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o uso de qualquer medicação". (L. M. CAP. XIV - 175 - 2 PARTE).Kardec questionava, pois entendia que o fenômeno não passava de magnetismo, mas sua perspicácia de cientista demonstrava que alguma coisa a mais existia.Expôs que geralmente todos os magnetizadores são aptos a curar. Examinando mais profundamente o assunto, nos demonstra que diferente do magnetizador é o médium curador, uma vez que esta faculdade é espontânea, e que alguns a possuem sem terem tido, jamais, conhecimento do magnetismo. É assim que nos assinala que neste caso existe a intervenção de uma potência oculta, que é o que realmente constitui e caracteriza a mediunidade.No item 176, do capítulo mencionado, Kardec formula uma série de perguntas que é importante analisar. Pergunta - Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como formando uma variedade de médiuns?Resposta - Não há que duvidar. Pergunta - Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.Resposta - É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio... ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias." Por aí vemos que no mecanismo da cura pelo Passe, são os Espíritos que conduzem o processo, pois que:- AUMENTAM NOSSOS FLUIDOS - DIRIGEM NOSSOS FLUIDOS - QUALIFICAM NOSSOS FLUIDOS Na 6ª pergunta, desejando saber se nas pessoas que possuem o dom de curar, se haveria também ação magnética ou apenas influência dos Espíritos, obteve como resposta: "uma e outra coisa. Essas pessoas são verdadeiros médiuns, pois que ATUAM SOB A INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS". CONCEITOS - Segundo Kardec, a ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste ao corpo material. (REV. ESPÍRITA - ANO VIII - SETEMBRO 1865 - VOLUME 9 - PAG. 258).
Tal assertiva é hoje comprovada cientificamente, o que demonstra o papel importantíssimo do perispírito na economia orgânica. A comprovação temos em várias obras e principalmente no livro de Sheila Ostrander e Lynn Shoroeder, "Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro", à pag. 243, quando nos diz: "Os trabalhos preliminares com a fotografia Kirliana até agora parecem indicar que a cura psíquica ENVOLVE UMA TRANSFERÊNCIA de energia do CORPO BIOPLASMÁTICO DO CURADOR PARA O CORPO BIOPLASMÁTICO DO PACIENTE.As mudanças ocorridas nesse nível finalmente se REFLETEM no corpo físico e, segundo se afirma, CURAM-NO".Que é o Corpo Bioplasmático, energético, da ciência?Nada mais que o Perispírito, que Kardec nos revelou há quase 140 anos.Assim é que segundo Kardec, o PASSE, é a TRANSFERÊNCIA DE FLUIDOS DE PERISPÍRITO PARA PERISPÍRITO. (A GÊNESE - CAP. XIV - ITEM 31).No movimento espírita, existem outros conceitos, tais como:"É uma transfusão de energias psíquicas..." (Emmanuel - O Consolador - questão 99)"É uma transfusão de energias regeneradoras..." (Marco Prisco - Ementário Espírita)"Não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos". (André Luiz - Opinião Espírita - cap. 55)"...O passe é transfusão de energias fisio-psíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em teu benefício". (Emmanuel - Segue-me - cap. O PASSE). Tipos de PassesEm "A GÊNESE - CAP. XIV - ITEM 33", Kardec nos demonstra que "a ação magnética pode produzir-se por diversas formas:" - Pelo próprio fluido do magnetizador (Passista). - Pelos fluidos do Espírito (desencarnado). - Pelos fluidos do Espírito (desencarnado) combinando com os fluidos do magnetizador (Passista). Conforme já verificamos, o pensamento e a vontade exercem ação preponderante sobre os fluidos. Verificamos também, que a ação dos Espíritos é que realmente dá eficácia curadora, no magnetismo, aos fluidos humanos.Dessa forma é importante a conscientização, em nossas Casas Espíritas, dos médiuns passistas e mesmo daqueles caracterizados como curadores, de que são os Espíritos que provocam as curas, servindo o médium como intermediário, pois são eles, os Espíritos quem AUMENTAM, DIRIGEM E QUALIFICAM nossos fluidos.Pesquisando Kardec, vamos encontrar na REVISTA ESPIRITA - ANO VII - JAN. 1864 - PAG. 7, importante estudo, que nos elucida no assunto, quando nos diz:..."Em geral o que magnetiza (Passista) não pensa senão em desdobrar essa força fluídica, derramar seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados. SEM se ocupar se há ou não uma Providência interessada no caso, tanto ou mais que ele. AGINDO SÓ, não pode obter senão o que a sua força, sozinha, pode produzir; ao passo que os MÉDIUNS CURADORES começam por elevar sua alma a Deus, e a reconhecer que, POR SI MESMOS, NADA PODEM... Esse socorro que envia, são os bons Espíritos que vem penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente... e, que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; AO PASSO que o magnetizador (passista) ordinário SE ESGOTA, por vezes em vão, a fazer passes, o MÉDIUM CURADOR infiltra um fluido regenerador pela SIMPLES IMPOSIÇÃO DE MÃOS, graças ao concurso dos bons Espíritos".Continuando, à pag. 8 da mesma REVISTA ESPÍRITA, encontramos:..."Na ação magnética propriamente dita, É O FLUIDO PESSOAL DO MAGNETIZADOR que é transmitido, e esse fluido, que não é senão o perispírito, sabe-se que participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre a influência do Espírito..."Em nossa opinião, o fluido não é o perispírito como deixa a entrever a tradução da Revista, mas sim o fluido vital, fluido magnético, levando em consideração os estudos dos Espíritos e de Kardec (ver item 3.3 - Princípio Vital - Perispírito).Verificamos dessa forma, que NÃO HÁ diversos tipos de Passes. Nos trabalhos de socorro ao próximo, SEMPRE, estaremos secundados pelos Espíritos.Assim, o Passe possui um único tipo, que podemos designá-lo, se assim o desejarmos de HUMANO-ESPIRITUAL, dado à simbiose que sempre haverá entre encarnados e desencarnados, mormente nesse campo de atividade. Mecanismos do PasseSegundo as circunstâncias, são variados os efeitos da ação dos fluidos sobre os doentes. Uma gama de condições são necessárias para a obtenção dos efeitos curativos desejados. Tais condições serão objeto de análise, em item próprio.A ação dos fluidos às vezes é lenta, reclamando um tratamento seguido; outras vezes é rápida, quase que instantânea. Entre os pólos, lentidão e instantaneamente, há infinitas variações ..."O importante é que o princípio das curas é o mesmo: é o fluido que desempenha o papel de agente terapêutico, e cujo efeito é subordinado à sua qualidade e a CIRCUNSTÂNCIAS especiais". (Kardec - A GÊNESE - Cap. XIV, item 32).Já vimos e sabemos que o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, do qual são transformações. Já vimos que o Princípio Vital (Fluido Vital, Fluido Magnético) também tem origem no Fluido Universal. "Por sua identidade de natureza, este fluido, condensado no perispírito, pode fornecer ao corpo os princípios reparadores; o agente propulsor é o Espírito encarnado ou desencarnado, que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância de seu envoltório fluídico". (Kardec - A GÊNESE - Cap. XIV - item 31).Assim, mecanicamente, "o passe é uma ação dirigida dos fluidos, que são qualificados pelos Espíritos". (Kardec - O LIVRO DOS MÉDIUNS - Cap. XIV - item 176 - 2 perg.).Continuando nossa análise e estudo, conclui-se que os Espíritos exercem ação sobre a matéria, que os fluidos são os materiais por eles utilizados, que pela ação do pensamento e da vontade os fluidos são qualificados, recebendo propriedades terapêuticas, podendo conduzir à cura da enfermidade. Assim é de suma importância a qualidade dos fluidos do médium passista, qualidades estas que refletem sua individualidade, sua moral, enfim seu proceder e modo de vida. Por quê? Porque sendo o passe uma simbiose de fluidos materiais e fluidos espirituais, guardam em si a procedência.Para o processo de cura, levamos em conta que ela se processa substituindo os fluidos malsãos por fluidos bons.Da mesma forma que os fluidos adquirem propriedades benfazejas, também podem, pelas circunstâncias, serem alterados para uma substância malfazeja. Tal fato se dá tendo em vista que o "fluido magnético tem duas fontes distintas: Os Espíritos encarnados e os Espíritos desencarnados.Essa diferença de origem produz uma grande diferença na QUALIDADE do fluido e nos seus efeitos". (Rev. Espírita - Ano VII - Setembro 1865 - Vol. 9 pags. 249 e seguintes). "O fluido humano está sempre mais ou menos impregnado de IMPUREZAS FÍISICAS E MORAIS do encarnado; o dos bons Espíritos, é necessariamente MAIS PURO e, por isto mesmo, TEM PROPRIEDADES MAIS ATIVAS, que acarretam uma cura mais pronta. Mas, PASSANDO através do encarnado pode alterar-se...Daí, para todo MÉDIUM CURADOR, a necessidade de trabalhar para seu melhoramento moral..." (Revista Espírita - Ano VII - Setembro 1865 - Vol. 9 - Pags. 249 e seguintes).Assim compreende-se que o fluido dos Espíritos inferiores, deva aproximar-se do homem e possa ter propriedades maléficas, se, o Espírito for impuro e ANIMADO de MÁS INTENÇÕES.As qualidades do fluido carregam consigo as qualidades físicas e morais do médium. E, "é evidente que o fluido emanado de um corpo malsão, PODE INOCULAR PRINCÍPIOS MÓRBIDOS, no enfermo". Portanto o fluido do passista pode ser SALUTAR ou INSALUBRE.O mecanismo do Passe, dessa forma, reveste-se de grande responsabilidade por parte do médium passista, dos dirigentes e da própria Casa Espírita, tendo em vista que o fluido modificado, com as propriedades emanadas da vontade e do pensamento, agem sobre o Perispírito, que lhe é similar, e esse Perispírito reage sobre a economia orgânica, apesar de ainda ser quase desconhecido da ciência, que caminha a passos largos ao seu encontro, ou reencontro.Para encerrarmos este item, Mecanismo do Passe, sugerimos ao leitor, a análise do capítulo: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FOTOGRAFIA E TELEGRAFIA DO PENSAMENTO, EM OBRAS PÓSTUMAS de Allan Kardec.Para nossa análise e estudo, estamos utilizando a Edição em idioma português, da FEB, de 1918, tradução de MAX (Bezerra de Menezes) e a Edição do Núcleo Espírita Caminheiros do Bem, tradução de Sylvia Mele Pereira da Silva, com introdução e notas de Herculano Pires, por julgá-las mais fiéis ao pensamento de Kardec.Verifica-se que a ação dos fluidos, de pessoa para pessoa, com ou sem contato é um fato incontestável.As pesquisas com as fotografias Kirliam, efetuadas em vários países, provam e comprovam a transferência e a ação de fluidos. Kardec, no estudo enunciado em "OBRAS PÓSTUMAS", deixa evidente que "Tal ação somente pode ser exercida por um agente intermediário do qual o NOSSO CORPO É O RESERVATÓRIO, e nossos OLHOS e nossos DEDOS os principais órgãos de emissão e direção".Nos instrui dizendo que o fluido perispiritual, "no estado de emissão, apresenta-se na forma de feixes luminosos..." Que este fluido "no estado ordinário, apresenta tonalidades diversas conforme os indivíduos dos quais emana: ora vermelho fraco, ora azulado ou acinzentado..." "Na maior parte das vezes espalha-se sobre os corpos adjacentes uma tonalidade amarelada, mais ou menos acentuada".Novamente a fotografia Kirliana prova e comprova as assertivas de Kardec. As fotos demonstram as várias tonalidades do fluido, na sua emissão.Diz-nos que somente a VONTADE pode ampliar ou restringir a ação dos fluidos. Que a VONTADE é o seu mais poderoso princípio, sendo que nesse princípio (a vontade) que se fundamenta a força magnética.As simpatias ou antipatias, a atração ou repulsão, que muitas pessoas sentem uma pelas outras, se originam das qualidades particulares de cada fluido, de cada ser, que resulta uma espécie de harmonia ou de desacordo entre eles (os fluidos).Talvez seja esta a razão pela qual certos pacientes se sentem bem, são mais sensíveis à ação de determinados médiuns passistas, e insensíveis a ação de outros.Explicaremos agora, para finalizar, as razões de julgarmos as referidas traduções mais fiéis a Kardec. Vejamos: OBRAS PÓSTUMAS - FEB. 14ª EDIÇÃO. TRADUÇÃO GUILLON RIBEIRO PAG. 107"Semelhante ação só pode ser exercida por um agente intermediário, do QUAL SÃO RESERVATÓRIOS O NOSSO CORPO, OS NOSSOS OLHOS E OS NOSSOS DEDOS, PRINCIPAIS ÓRGÃOS DE EMISSÃO E DIREÇÃO". OBRAS PÓSTUMAS - FEB. 6ª EDIÇÃO - 1918 - TRADUÇÃO MAX (BEZERRA DE MENEZES) PAG. 81"Não se pode, evidentemente, exercê-la (a ação) senão por intermédio de um agente, CUJO RESERVATÓRIO É O NOSSO CORPO, SENDO OS OLHOS E OS DEDOS OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS DE EMISSÃO E DIREÇÃO". OBRAS PÓSTUMAS - ED. NÚCLEO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM - LAKE - EDIÇÃO ESPECIAL - TRADUÇÃO SYLVIA MELE PEREIRA DA SILVA - INTRODUÇÃO E NOTAS DE J. HERCULANO PIRES - PAG. 77 "Tal ação evidentemente só pode ser exercida por um agente intermediário, DO QUAL O NOSSO CORPO É O RESERVATÓRIO, E OS NOSSOS OLHOS E NOSSOS DEDOS, OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS DE EMISSÃO E DIREÇÃO". Notaram a diferença? Na tradução de Guillon Ribeiro, o nosso corpo, os nossos olhos e nossos dedos, são o RESERVATÓRIO E ÓRGÃOS de emissão e direção do fluido.Nas traduções de MAX (Bezerra de Menezes) e Sylvia M. P. da Silva, o NOSSO CORPO É O RESERVATÓRIO, E OS NOSSOS OLHOS E DEDOS OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS de emissão e direção. OEUVRES POSTHUMES - DERVY - LIVRES - PARIS - ED. 1978 - PAG. 24 "Cette action ne pent évidemment s'exercer que par un agent intermédiaire DONT NOTRE CORPS EST LE RÉSERVOIR, NOS YEUX ET NOS DOIGTS les principaux organes d'emission et de direction". TRADUÇÃOEsta ação evidentemente só pode ser exercida por um agente intermediário ONDE NOSSOS CORPOS SÃO O RESERVATÓRIO, NOSSOS OLHOS E NOSSOS DEDOS OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS de emissão e de direção. Objetivo e finalidade do passe espíritaJá vimos a ação dos fluidos reparadores, qualificados e dirigidos pelos Espíritos; Já vimos que o pensamento e a vontade são elementos indispensáveis na emissão e na direção dos fluidos; Já vimos que os fluidos magnéticos, perispiritual, vital, e inclusive o perispírito e o corpo material, têm sua origem no fluido Cósmico.Partindo dessa premissa, podemos afirmar que os objetivos e finalidades principais do passe espírita se consubstanciam no REEQUILÍBRIO DO ESPÍRITO, no REEQUILÍBRIO DO CORPO FÍSICO, e, no EXERCÍCIO DO AMOR AO PRÓXIMO.Mas, para que esses objetivos e finalidades sejam colimados, necessário se faz uma compreensão e conscientização acerca das Leis que regem a Vida.É dessa forma que o PASSISTA, deve conscientizar-se de que NÃO É MAGNETIZADOR, e, SIM MÉDIUM, pois que serve de intermediário, na transferência de fluidos salutares, qualificados e direcionados, entre os Espíritos (desencarnados) e os Espíritos (encarnados); conscientizar-se de que quem realiza a cura são os Espíritos (desencarnados) fundindo os seus próprios fluidos com os fluidos animalizados, vitalizados, do médium.Com a compreensão desses fatores, e conscientes da importância do Pensamento e da Vontade nos processos de cura, entenderá que o processo se faz através de uma simbiose dos fluidos, tendo em vista a substituição de fluidos deletérios por fluidos salutares; e entenderá mais, pois verificará que nos processos de cura, a EMPATIA entre o médium passista e o enfermo é de suma importância, tendo em vista, que os fluidos devem ser simpáticos para se atraírem, pois caso contrário, serão repelidos e o resultado será nulo.O Pensamento e a Vontade, NÃO SE circunscrevem somente aos médiuns passistas, mas também, e PRINCIPALMENTE, aos enfermos do corpo e do espírito.Assim, cabe aos DIRIGENTES, aos ESCLARECEDORES, aos MÉDIUNS PASSISTAS, uma função de grande relevância no trabalho de passes: ESCLARECER os enfermos; ENSINAR-LHES a forma de pensar; INCENTIVAR a vontade, com vistas à realização da cura. Pergunta-se então:COMO? Há quase 2.000 anos Jesus nos deixou a fórmula: "CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ". Que é a Verdade? É simples. Nada mais nada menos que A REALIDADE das COISAS. Portanto é importante a função de INOVAR os pensamentos, as imagens mentais deletérias que se criam, aumentando a capacidade de RECRIAR os pensamentos e conseqüentemente as imagens mentais, AUXILIANDO o enfermo na compreensão da Verdade e da Liberdade.É importante incentivar a FÉ (certeza, convicção), a VONTADE, demonstrando ao enfermo a UNIDADE que existe entre ESPÍRITO e CORPO, ESPIRITUAL e FÍSICO, ensinando-lhes a se utilizarem dessa UNIDADE.Para isso, recordamos Jesus: "A TUA FÉ TE CUROU".Esta FÉ, é nada mais nada menos que convicção, certeza, vontade.Como auxiliar e incentivar o enfermo?Todos sabemos o que é a força do pensamento. Portanto, devemos ensinar-lhes a pensar e a criar imagens mentais saudáveis. É deveras importante lembrarmo-nos de que a linguagem das imagens mentais, PRECEDE a habilidade de se comunicar com palavras.Na atualidade, a medicina (psicossomática) explora as conexões entre o ESPÍRITO e o CORPO, onde a medicina comportamentalista e a psiconeuroimunologia são dois exemplos.A ciência e a medicina ocidental ainda relutam em aceitar o fato de que o ESPÍRITO pode alterar o CORPO, embora acreditem, firmemente, no oposto, ou seja, que o FÍSICO, O CORPO, pode afetar o MENTAL, O ESPÍRITO, e utilizam-se regularmente dessa conexão. Os exemplos deste fato estão no uso constante de tranqüilizantes, antidepressivos e anestésicos. Perguntamos então: Sendo óbvio que o CORPO pode afetar o ESPÍRITO, será que não seria LÓGICO pensar que a utilização da força do pensamento, da vontade, da fé, das imagens mentais, PODE AFETAR O CORPO?Nos Estados Unidos, dois grandes periódicos científicos dedicam-se à pesquisa sobre as imagens mentais, e sua conexão com a saúde: The Journal of Mental Imagery da Marquette University, e, Imagination, Cognition and Personality, da Yale University.Os trabalhadores e dirigentes espíritas, ensinando e esclarecendo os enfermos acerca da Verdade, com base na Doutrina dos Espíritos, e a formar e criar, com a força do pensamento, imagens mentais, estarão contribuindo para que estes mesmos enfermos TOMEM PARTE ATIVA no processo de cura, na sua saúde e no seu bem estar. Novamente podemos aplicar Jesus, meditando sobre a PARÁBOLA DO BOM SEMEADOR. Traçando um paralelo, veremos que nosso CORPO, tal como a terra, necessita de cuidados. Todos somos lavradores (Espíritos) aos quais são confiadas nossas terras (corpo). Como lavradores temos funções de trabalhar a terra e, naturalmente colher.As terras (corpo) infestadas de ervas daninhas, espinhos, pedregulhos, não podem dar boa colheita.Assim doenças, enfermidades, pensamentos negativos, viciosos e malsãos, são as ervas daninhas, espinheiros e pedregulhos que permitimos crescer em nossas terras (CORPO). Da mesma forma, emoções negativas, tais como ansiedade, depressão, medo, pânico, preocupações e desespero, também são ervas daninhas, espinheiros, e estão intimamente ligados às doenças e enfermidades, sejam do corpo, sejam do espírito.Mas, se se reconhece a unidade básica ESPÍRITO-CORPO, não há porque se surpreender com a correlação entre emoções negativas e baixa imunidade. Da mesma forma, convicções positivas (FÉ-CERTEZA) nos trazem emoções positivas, como humor sadio, alegria e felicidade, demonstram sua ligação, sua correlação a respostas imunológicas positivas.O pensamento e a vontade, gerando imagens mentais, serve para limpar as convicções negativas (ervas daninhas, espinheiros e pedregulhos) e substituindo-as por convicções positivas (alegria, confiança, fé) hauridas na compreensão, no estudo e na prática da Doutrina dos Espíritos, propiciará terreno salutar à SEMENTE, que fortalecida pelo Amor, dará colheita farta. Este o papel, a função dos dirigentes, ser o SEMEADOR. As imagens mentais possuem energia, e podemos criá-las para que ajam a nosso favor como agentes, acessórios, da cura.Não há nada de complicado na forma de criar e utilizar as imagens mentais, pois podemos utilizar as aptidões normais, comuns a todos os seres.Pergunta-se então: Como criar as imagens mentais?Em nossos estudos e pesquisas, chegamos à conclusão de quatro componentes básicos, na preparação do pensamento e da vontade: - INTENÇÃO - TRANQÜILIZARÃO - LIMPEZA - TRANSFORMAÇÃO IntençãoA intenção está intimamente ligada e depende da VONTADE, que é simplesmente o impulso que nos permite fazer escolhas. Cada um de nós tem VONTADE e ela se reflete nas escolhas que fazemos todos os dias. Todas as ações são atos da VONTADE.Assim, a criação das imagens mentais está diretamente ligada à INTENÇÃO - ação mental que direciona nossa atenção e nossas ações. A intenção é a expressão ativa de nossos desejos.Freqüentemente se manifesta em forma de ação física ou mental. Em suma, é aquilo que desejamos alcançar. Para isso, necessariamente, devemos sempre começar definindo e esclarecendo nossa intenção, isto é, o que queremos alcançar. Podemos exemplificar: se você quer curar uma dor de cabeça, DEVE dizer a SI MESMO, antes de iniciar o exercício, que está fazendo isso para CURAR a sua dor de cabeça. Você estará dando uma instrução INTERNA. Assim, quando damos uma instrução à nossa vontade, TEMOS UMA INTENÇÃO. Por conseguinte, a INTENÇÃO é uma VONTADE DIRIGIDA e é essencial para todo trabalho de CURA e de PASSES, constituindo-se então, a vontade alerta e a intenção consciente, a parte central do processo de cura. TranqüilizarãoPara este componente é importante a ambientação (ambiente, local, etc.). A ambientação requer dois tipos de tranqüilizarão: EXTERNA e INTERNA. A quietude, a paz externa, ajuda a concentração na tarefa de nos voltarmos para dentro de nós mesmos.As distrações e as perturbações impedem este tipo de recolhimento, assim, temos que evitar os efeitos desagradáveis de ruídos perturbadores. Por outro lado, certos tipos de ruídos podem contribuir para a tranqüilidade interna: música ambiente saudável, som dos pássaros, da natureza, etc.O importante é que o som, o ruído não nos aborreça e nem sejamos forçados a ignorá-lo. Quando nos esforçamos demais para evitar o barulho, o ruído, ocupamo-nos com isso e OBSTRUÍMOS o processo de criação de imagens mentais. Salientamos que a criação das imagens mentais, mesmo sendo tão fácil, É UMA FUNÇÃO ESPECÍFICA e não um hábito a mais a ser incorporado às atividades rotineiras. Dessa forma temos que as imagens mentais, para a CURA, através do PASSE, tem suas próprias características e funcionam melhor em local apropriado.O aspecto interno da tranqüilizarão é o RELAXAMENTO, a CONCENTRAÇÃO.Verificamos que o relaxamento, a concentração profunda, não é a mais adequada, pois pode tornar o médium e paciente menos alertas, sonolentos, e obviamente MENOS SENSÍVEIS ao processo.A ênfase NÃO deve estar no relaxamento, na concentração, MAS SIM, na criação das imagens e posterior lembrança. O estado mental deve ser o de total atenção e alerta, e a própria atividade do PASSE, pode intensificar a atenção. LimpezaA LIMPEZA é um dos primeiros e mais importantes passos para que se abram os canais de criação das imagens mentais. Na antiguidade, os médicos egípcios consideravam o banho uma condição para a cura; os romanos eram famosos pelas técnicas de banho e purificação em suas termas medicinais; os antigos judeus instituíram um ritual de purificação chamado MIKVA, que tanto servia como lembrete da necessidade de cuidar da saúde pessoal quanto celebrar o SHABAT (em si, um dia de limpeza, de purificação).Mas ao falar de limpeza, de sua necessidade, naturalmente estamos falando de ALGO ALÉM da limpeza física.Sem pretender ser moralista, sabemos que ser saudável é estar "LIMPO" em todos os sentidos, objetivos e subjetivos, da palavra. Física, moral e eticamente. Eticamente falando, significa perguntarmo-nos o quanto LIMPOS estamos, em nossas relações com os semelhantes.Quantas vezes já ouvimos dizer que "O CORPO NÃO MENTE"?Isso se aplica tanto à nossa saúde física, quanto à nossa saúde espiritual, mental. Em cada um de nós, qualquer deslize de ordem ética ou moral, afeta o Espírito, que transmite ao Perispírito e que por sua vez manifesta-se no corpo físico, influenciando negativamente o funcionamento de nossa vida física, mental e espiritual. Haja visto os processos obsessivos.Um deslize ético no significa apenas enganar ou fazer, intencionalmente, o mal a alguém. A questão é mais complexa: podemos enganar a nós mesmos.Para que o Passe possa surtir os efeitos desejados, para que o processo de cura se concretize, precisamos começar fazendo uma verdadeira LIMPEZA, uma FAXINA, em nós mesmos. Isso é parte do ato consciente da VONTADE, que precede a abertura dos olhos, do Espírito, para a criação das imagens mentais; faz parte da DECISÃO de darmos uma olhada para dentro de nós mesmos, e de entender o que nossos corpos e sentimentos estão nos dizendo, com sinceridade. O Mestre Jesus já nos alertava: "Ouça quem tenha ouvidos de ouvir". TransformaçãoO que queremos dizer por TRANSFORMAÇÃO, quando tratamos de processos de CURA e PASSES?Transformar é mudar, alterar. Assim, transformação quer dizer, mudança, alteração da forma vivencial. Outro roteiro, novas formas de pensar e de agir.Jesus, nos disse: "Aquele que quiser me seguir apanhe do arado e siga em frente, SEM OLHAR para trás".Os cientistas, físicos quânticos modernos, bem como os antigos místicos chineses, dizem que: "O que experimentamos subjetivamente como TEMPO é, na verdade, UM FLUXO CONTÍNUO DE MUDANÇA" (TRANSFORMAÇÃO). A medicina tradicional chinesa é toda baseada na premissa de que a doença é sinomismo de bloqueio de energia. Em outras palavras, UMA RESISTÊNCIA à natureza mutante das coisas.Emmanuel já nos dizia: NÃO EXISTE DOENÇAS, EXISTE DOENTES.Psicologicamente, quando nos prendemos a algo fugaz, QUERENDO CRER que é permanente, geramos problemas, e com muita freqüência, os problemas acabam assumindo a forma de doenças físicas.O processo de cura, através dos passes e das imagens mentais, e o fluxo do processo de mudança (transformação) estão indissoluvelmente ligados. Jesus já nos havia dado a fórmula da TRANSFORMAÇÃO: "VÁ E NÃO TORNES A PECAR, PARA QUE NÃO TE SUCEDA COISA PIOR".Verifica-se então que a mudança, a transformação, NÃO deve se efetuar meramente nas características exteriores, MAS SIM, e principalmente, nas características interiores.Dessa forma, INTENÇÃO, TRANQÜILIZARÃO, LIMPEZA e TRANSFORMAÇÃO, abrangem igualmente MÉDIUM PASSISTA e ENFERMO, como requisitos básicos de um estado espiritual e mental para o fim colimado: CURAR E SER CURADO.Para concluirmos este tópico, temos a certeza de que a utilização dos recursos apontados, que propiciarão a participação ativa do enfermo no processo de cura, aliados à participação dos recursos magnéticos do médium, qualificados e dirigidos pelos Espíritos, atingir-se-á os objetivos de Reequilíbrio do Espírito, reequilíbrio do corpo físico, e principalmente atendermos a Jesus, no AMAI-VOS UNS AOS OUTROS. O agente do PasseTodos podem ministrar o passe. Partindo da premissa de que TODOS somos Espíritos; que todos possuímos um Perispírito; que o Perispírito, bem como o corpo físico, tem sua origem no fluido Cósmico primitivo; que todos possuímos em maior ou menor quantidade o fluido vital, fluido magnético, obviamente que chegaremos à conclusão de que TODOS SOMOS MÉDIUNS. Uns com mais outros com menos sensibilidade. Mas é inegável que todos somos médiuns.Uma vez que o PASSE ESPÍRITA é ministrado mediante uma conjugação de fluidos animalizados, vitalizados, do encarnado e dos fluidos espirituais dos desencarnados, que lhes dão as propriedades necessárias, que aumentam as nossas possibilidades fluídicas e que também dirigem estes mesmos fluidos, chegamos também à conclusão de que TODOS PODEMOS MINISTRAR O PASSE. Vejamos o que nos diz Kardec, na REVISTA ESPÍRITA - ANO VII - SETEMBRO 1865 - VOL. 9:No estudo sobre a mediunidade curadora, que dá início à página 249 da citada revista, demonstrado fica, entre várias considerações, que são RAROS na Terra, OS MÉDIUNS CURADORES, em virtude das qualidades que se exigem para esse mister.Assim, à pag. 254 Kardec nos mostra que:"Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, A POSSIBILIDADE DE SUAVIZAR certos sofrimentos, MESMO DE OS CURAR... a TODOS É DADA SEM QUE HAJA NECESSIDADE DE SER MAGNETIZADOR".Continuando ainda à mesma página, nos diz:"Como a TODOS é dado apelar aos bons Espíritos, ORAR E QUERER o bem, muitas vezes basta IMPOR AS MÃOS sobre a dor para a acalmar; É O QUE PODE FAZER QUALQUER UM, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus".Continuando, encontramos na REVISTA ESPÍRITA - ANO 1866 - DEZEMBRO - PAG. 379, o seguinte:"Quanto a adquirir a faculdade de médium curador, NÃO há método para isto; TODO MUNDO PODE, EM CERTA MEDIDA, adquirir esta faculdade e, agindo em nome de Deus, cada um fará as suas curas".(Mensagem do Príncipe HONENLOHE, na Soc. Espírita de Paris - 26.10.1866).E igualmente, vemos na REVISTA ESPÍRITA - OUTUBRO 1867 - PAG. 317, que:"TODO O MUNDO POSSUI MAIS OU MENOS a faculdade curadora".Conclui-se dessa forma que TODOS podem curar, TODOS podem exercer a função de PASSISTAS, colaborando com os Espíritos Superiores, na tarefa com e para Jesus.E para finalizar, lembremo-nos de Jesus, segundo a narrativa de Mateus, Cap. 17, versículos 14 a 20, em que o Mestre demonstra o poder da fé, quando um homem do povo se aproximou e disse que seu filho era lunático; que o havia levado aos seus discípulos, mas que não puderam curá-lo. E o mestre o curou. Então "os discípulos vieram estar com Jesus em particular e lhe perguntaram:Porque não pudemos nós outros expulsar esse demônio? Respondeu-lhes Jesus: POR CAUSA DA VOSSA INCREDULIDADE. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a FÉ DO TAMANHO DE UM GRÃO DE MOSTARDA, direis a esta montanha: transporta-te daí para ali e ela se transportaria, E NADA VOS SERIA IMPOSSÍVEL". E Allan Kardec, em "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. XIX, comentando a fé, nos diz no item 5: "O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível". E no mesmo capítulo, item 12, uma mensagem que assina um ESPÍRITO PROTETOR, em 1863, finaliza dizendo: "O magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação"... "SE TODOS os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até hoje, eles chamaram de prodígios e que no entanto, não passa de um DESENVOLVIMENTO DAS FACULDADES HUMANAS". Kardec, ainda em "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAP. XXVII - item 14, nos esclarece, dizendo: "Por exercer a prece uma como ação magnética, poder-se ia supor que o seu efeito depende da força fluídica. Assim, entretanto, não é. Exercendo sobre os homens essa ação, os Espíritos, em sendo preciso, SUPREM a insuficiência daquele que ora, ou agindo diretamente em seu nome..." O médium passista espírita - Quando analisamos, item 4.5, os objetivos e Finalidades do PASSE ESPÍRITA, enfocamos o Pensamento e a Vontade no processo de criação de imagens mentais, com ênfase aos quatro componentes básicos, na preparação do pensamento e da vontade.Tais componentes básicos: INTENÇÃO - TRANQÜILIZARÃO - LIMPEZA - TRANSFORMAÇÃO, NÃO se aplicam SOMENTE para as condições receptivas do enfermo, MAS SIM, e PRINCIPALMENTE para os médiuns passistas.Já verificamos, por uma série de fatores, que quem realiza a cura são os Espíritos. Para poder contar com o concurso dos Espíritos Superiores, fator indispensável para se obter a cura, "a primeira condição para isto é trabalhar em sua própria depuração, (MORAIS E ÉTICAS) a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir. Esta condição no poderia* ser executada sem o mais completo desinteresse MATERIAL e MORAL. O primeiro é o mais fácil, o segundo é o mais raro, porque o orgulho e o egoísmo são os sentimentos mais difíceis de extirpar, e porque várias causas contribuem para os superexcitar nos médiuns". (REV. ESPÍRITA - ANO IX - NOVEMBRO 1866 - VOL. 11 - PAG. 352) (CAIXA ALTA E PARÊNTESES NOSSOS). Continuando, vamos encontrar à pág. 353, da Revista Espírita citada, um importante alerta, quando lemos:"O poder de curar independe da vontade do médium: é um fato adquirido pela experiência. O QUE DEPENDE DELE são as QUALIDADES que podem tornar FRUTUOSO e DURÁVEL. Essas qualidades são sobretudo o DEVOTAMENTO, a ABNEGAÇÃO e a HUMILDADE; o EGOÍSMO, o ORGULHO e a CUPIDEZ são pontos de parada, contra os quais se quebra a mais bela faculdade". E à pág. 354, em continuação temos: "O verdadeiro médium curador, o que compreende a santidade de sua missão, é movido pelo único desejo do bem; não vê no Dom que possui senão um meio de tornar-se útil aos seus semelhantes, e não um degrau para elevar-se acima dos outros e por-se em evidência. É humilde de coração... Nem procura o brilho, nem o renome, nem o ruído de seu nome, nem a satisfação de sua vaidade. Não há, em suas maneiras, nem jactância, nem basófia; não exibe as curas que realiza, ao passo que o orgulhoso as enumera com complacência, muitas vezes as amplia, e acaba por se persuadir que fez tudo o que diz".O médium consciente, SERVE e PASSA. Serve a Jesus e passa pela existência afora. Tal é a característica do médium amado e respeitado pelos bons Espíritos.Dessa forma entendemos que existem requisitos e condições que são básicas e desejáveis para o exercício do PASSE ESPÍRITA, que podemos sintetizar em:FÉ (CERTEZA-CONVICÇÃO) AMOR AO SEMELHANTE (RESPEITO E COMPREENSÃO DOS PROBLEMAS DO SER) DISCIPLINA (PONTUALIDADE E CONSTÂNCIA) VONTADE (ESPÍRITO DE SERVIR) CONHECIMENTO (ESTUDO CONSTANTE DA DOUTRINA ESPÍRITA) EQUILÍBRIO PSÍQUICO (PRECE-MEDITAÇÃO-LIGAÇÃO COM O PLANO ESPIRITUAL) HUMILDADE-ABNEGAÇÃO Entendemos, igualmente, os fatores negativos para o concurso do Passe, que sintetizamos: PRINCIPAIS FATORES NEGATIVOS FÍSICOS- Alimentos inadequados - Desequilíbrio nervoso - Uso do fumo e do álcool PRINCIPAIS FATORES NEGATIVOS ESPIRITUAIS/MORAIS - Mágoas excessivas (tristeza, desânimo, depressão, revolta íntima, inquietude) - Paixões (emoções que se sobrepõem à lucidez e à razão) - Egoísmo (amor excessivo ao bem próprio - exclusivismo) - Orgulho (amor próprio demasiado - soberbo - arrogante - altivo) - Vaidade (Presunção - frívolo - desejo de atrair admiração) - Cupidez (cobiça - revelação de desejos amorosos, carnais) Para encerrarmos este item, lembremo-nos de uma frase de Emmanuel – no livro SEGUE-ME:"Se pretendes, pois, guardar as vantagens do passe que, em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, PURIFICA o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro". A técnica do passe espírita - O PASSE ESPÍRITA é destituído de qualquer técnica especial, dispensando, conforme André Luiz nos informa em CONDUTA ESPÍRITA, "na sua transmissão, qualquer recurso espetacular". Herculano Pires, no livro Mediunidade, salienta que o "Passe é tão simples, que não se pode fazer mais do que dá-lo".Para corroborar a simplicidade do Passe Espírita, no que concerne às técnicas de magnetização, lembremo-nos sempre de que somos MÉDIUNS e NÃO magnetizadores. E Kardec, na Revista Espírita, ANO VIII - Setembro 1865 - Vol. 9, à pag. 254, nos diz que "O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, MAS NÃO INDISPENSÁVEL".Na mesma página, referindo-se aos médiuns curadores, nos diz que: "Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula. Às vezes, mesmo, a isto misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais se deve emprestar o valor que merecem".Queremos deixar claro que NÃO somos contrários a determinadas técnicas, mencionadas por estudiosos encarnados e desencarnados, salientando que cada um apresenta o seu ponto de vista, segundo sua ótica pessoal. No entretanto, examinando, analisando e estudando Kardec, chegamos, muitas vezes, a conclusões divergentes daqueles autores. Contudo, respeitamos seu ponto de vista.É assim que encontramos técnicas como:- Sopro - Insuflação (quente/frio) - André Luiz - Os mensageiros - Cap. 19, Conduta Espírita - 28- Rotativo - Circular - André Luiz - Missionários da Luz - Cap. 19- Dispersão - André Luiz - Ação e Reação - Cap. 3, Manoel Philomeno Miranda - Grilhões Partidos - Cap. 15- Longitudinal - André Luiz - Missionários da Luz - Cap. 19Não nos cabe discutir e polemizar sobre a validade ou no destas técnicas. Ficamos com Kardec, como já dissemos, e repetimos: "Como a TODOS é dado apelar aos bons Espíritos, ORAR e QUERER o bem, muitas vezes BASTA IMPOR AS MÃOS sobre a dor para a acalmar; É O QUE PODE FAZER QUALQUER UM, se trouxer a FÉ, o FERVOR, a VONTADE e a CONFIANÇA em DEUS". (Revista Espírita - ANO VIII - Setembro 1865 - Vol. 9 - pág. 254).SIMPLES não é? Como tudo na vida. Jesus foi simples, Kardec foi simples. Nós é que somos complicados e, acabamos complicando as coisas simples, com a nossa complicação. Sejamos simples, como Jesus e Kardec. Já falamos sobre a posição mental do Passista e sobre a posição e preparação mental do enfermo, antes, durante e após ao passe. Enfocaremos agora, sucintamente, pela ordem os seguintes critérios: - Quando o passe deve ser aplicado; - Preparação do ambiente; - Forma de Aplicação do Passe Espírita; - O Passe no Centro Espírita; Quantos Passes podemos aplicar? 1 - O passista é um trabalhador de Jesus. O passe não é privilégio de ninguém. Não há contra indicação para o passe. Todavia, recomenda-se, sua aplicação somente nos casos, necessários, de enfermidade física, psíquica ou espiritual. É muito difícil diagnosticar quando REALMENTE uma pessoa necessita de passes, pois várias enfermidades mantém-se ocultas, ao longo de vários anos.Nos casos de enfermidade, o passe espírita NÃO dispensa o tratamento médico. 2 - Entendido o tratamento através do Passe Espírita, como sendo de alcance terapêutico, justo é compreender que esse serviço deve ser realizado em ambiente devidamente preparado. No ambiente deve manter-se a CALMA, a CONVERSAÇÃO EDIFICANTE, a MENTE e os PENSAMENTOS SADIOS, o RESPEITO MÚTUO. André Luiz, em Conduta Espírita, nos esclarece que "De ambiente poluído nada de bom se pode esperar". 3 - Como já dissemos, o Passe é simples. É a transmissão de fluidos, mediante sua emissão através da VONTADE, portanto pela mente. Para isso, movidos pela vontade e amor, basta IMPOR AS MÃOS sobre o enfermo, sobre a cabeça de preferência. Os Espíritos amigos sabem melhor do que nós qual o órgão ou órgãos mais necessitados de fluidos restauradores. Com o pensamento edificante voltado para Jesus, não é preciso nenhuma regra especializada e nenhum gesto especial, ou movimentos convencionados. O Passe, NÃO requer contato físico com o enfermo. 4 - O Centro Espírita, atendendo ao objetivo maior da Doutrina dos Espíritos que é a cura da alma, DEVE possuir o serviço de PASSES destinado ao tratamento físico e espiritual daqueles que o procuram para o alívio de suas dores. A par desse serviço, DEVE possuir equipes de companheiros, com o fim de ELUCIDAR aos que procuram o serviço dos Passes, no tocante aos preceitos doutrinários e ORIENTANDO-OS quanto às atitudes que devem observar para melhor receberem seus benefícios, inclusive após o tratamento. DEMONSTRAR com base na Doutrina dos Espíritos, a RAZÃO de nossas dores, imprimindo novas diretrizes à vida.O serviço e aplicação de passes, no Centro Espírita, deve ser efetuado em sala adequada, e reclama CRITÉRIO, DISCERNIMENTO, RESPONSABILIDADE, CONHECIMENTO DOUTRINÁRIO.O passe não deve ser aplicado à esmo, sem necessidade. Tampouco deve ser alimentada a imagem mística do passe ou criada idéia misteriosa a seu respeito e em torno dele.Lembrar sempre que o Passe no Centro Espírita NÃO é a atividade mais importante, e SIM, um auxiliar junto a todos os recursos utilizados. E para concluirmos nosso estudo: 5 - Não existe número ou limite para a quantidade de passes que podemos aplicar. Tal assertiva tem como base, de que somos médiuns, servindo de intermediários entre os Espíritos e os homens.No tratamento com recursos do Passe, o médium não tem esgotamento de seus princípios vitais.É Kardec quem nos afirma na Revista Espírita - ANO VIII - Setembro 1865 - Vol. 9 - pag. 252:"Sendo o fluido humano menos ativo, exige uma magnetização continuada e um verdadeiro tratamento, por vezes muito longo. GASTANDO o seu próprio fluido, o MAGNETIZADOR se ESGOTA e se FATIGA, pois que dá de seu próprio fluido vital. Por isso deve, de vez em quando, recuperar suas forças. O FLUIDO ESPIRITUAL, mais poderoso, em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, por vezes quase instantâneos. NÃO SENDO ESSE FLUIDO DO MAGNETIZADOR, RESULTA QUE A FADIGA É QUASE NULA". Assim "O MÉDIUM CURADOR recebe o INFLUXO fluídico do Espírito, AO PASSO que o magnetizador tudo tira de si mesmo".André Luiz, em Conduta Espírita, já nos adverte que "O médium, no serviço de passes, NÃO deve temer pela exaustão de suas forças".

Breve Histórico sobre Magnetismo

Breve Histórico sobre Magnetismo
Adilton Pugliese – Terapia pelos Passes – Projeto Manoel P. Miranda – Editora Leal
Identificar as origens da terapia espírita conhecida como passes é realizar longa viagem aos tempos imemoriais, aos horizontes primitivos da pré-história, porquanto essa técnica de cura está presente em toda a história do homem. "Desde essa época remota, o homem e os animais já conviviam com o acidente e com a doença. Pesquisas destacam que os dinossauros eram afetados' por tumores na sua estrutura óssea; no homem do período paleolítico e da era neolítica há evidência de tuberculose da espinha e de crises epilépticas"."Herculano Pires diz que o passe nasceu nas civilizações antigas, como um ritual das crenças primitivas. A agilidade das mãos sugeria a existência de poderes misteriosos, praticamente comprovados pelas ações cotidianas da fricção que acalmava a dor. As bênçãos foram as primeiras manifestações típicas dos passes. O selvagem não teorizava, mas experimentava, instintivamente, e aprendia a fazer e a desfazer as ações, com o poder das mãos".No Antigo Testamento, em II Reis, encontramos a expectativa de Naamá: "pensava eu que ele sairia a ter comigo, por-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra, e restauraria o leproso".Na Caldéia e na Índia, os magos e brâmanes, respectivamente, curavam pela aplicação do olhar, estimulando a letargia e o sono. No Egito, no templo da deusa Isis, as multidões aí acorriam, procurando o alívio dos sofrimentos junto aos sacerdotes, que lhes aplicavam a imposição das mãos.Dos egípcios, os gregos aprenderam a arte de curar. O historiador Heródoto destaca, em suas obras, os santuários que existiam nessa época para a realização das fricções magnéticas.Em Roma, a saúde era recuperada através de operações magnéticas. Galeno, um dos pais da medicina moderna, devia sua experiência na supressão de certas doenças de seus pacientes à inspiração que recebia durante o sono. Hipócrates também vivenciou esses momentos transcendentais, bem como outros nomes famosos, como Avicena, Paracelso...Baixos relevos descobertos na Caldéia e no Egito, apresentam sacerdotes e crentes em atitudes que sugerem a prática da hipnose nos templos antigos, com finalidades certamente terapêuticas."Com o passar dos tempos, curandeiros, bruxas, mágicos, faquires e, até mesmo, reis (Eduardo, O Confessor; Olavo, Santo Rei da Noruega e vários outros) utilizavam os toques reais".Depreendemos, a partir desses breves registros, que a arte de curar através da influência magnética era prática normal desde os tempos antigos, sobretudo no tempo de Jesus, quando os seus seguidores exercitavam a técnica da cura fluídica através das mãos. Em o Novo Testamento vamos encontrar o momento histórico do próprio Mestre em ação: E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da lepra. "Os processos energéticos utilizados pelo Grande Mestre da Galiléia são ainda uma incógnita. O talita kume! ecoando através dos séculos, causa espanto e admiração. A uma ordem do Mestre, levanta-se a menina dada como morta, pranteada por parentes e amigos".Todos esses fatos longínquos pertencem ao período anterior a Franz Anton Mesmer, nascido a 23.05.1733 em Weil, Áustria. Educado em colégio religioso, estudou Filosofia, Teologia, Direito e Medicina, dedicando-se também à Astrologia."No século XVIII, Mesmer, após estudar a cura mineral magnética do astrônomo jesuíta Maximiliano Hell, professor da Universidade de Viena, bem como os trabalhos de cura magnética de J.J. Gassner, divulgou uma série de técnicas relativas à utilização do magnetismo humano, instrumentalizado pela imposição das mãos. Tais estudos levaram-no a elaborar a sua tese de doutorado - De Planetarium Inflexu, em 1766 - de cujos princípios jamais se afastou. Mais tarde, assumiram destaque as experiências do Barão de Reichenbach e do Coronel Alberto de Rochas".Mesmer admitia a existência de uma força magnética que se manifestava através da atuação de um "fluido universalmente distribuído, que se insinuava na substância dos nervos e dava, ao corpo humano, propriedades análogas ao do imã. Esse fluido, sob controle, poderia ser usado como finalidade terapêutica".Grande foi a repercussão da Doutrina de Mesmer, desde a publicação, em 1779, das suas proposições: A memória sobre a descoberta do Magnetismo Animal, passando, em seguida, a ser alvo de hostilidades e, em face das surpreendentes experiências práticas de terapia, conseguindo curas consideráveis, na época vistas como maravilhosas, transformar-se em tema de discussões e estudos."Em breve, formaram-se dois campos: os que negavam obstinadamente todos os fatos, e os que, pelo contrário, admitiam-nos com fé cega, levada, algumas vezes até à exageração".Enquanto a Faculdade de Medicina de Paris "proibia qualquer médico declarar-se partidário do Magnetismo Animal, sob pena de ser excluído do quadro dos doutores da época", um movimento favorável às idéias de Mesmer levava à formação das Sociedades Magnéticas, sob a denominação de Sociedades de Harmonia, que tinham por fim o tratamento das moléstias.Em França, por toda a parte, curava-se pelo novo método. "Nunca, diria Du Potet, a medicina ordinária ofereceu ao público o exemplo de tantas garantias", em face dos relatórios confirmando as curas, que eram impressos e distribuídos em grande quantidade para esclarecimento do povo.Como destacamos, o Magnetismo era tema principal de observação e estudos, sendo designadas Comissões para estudar a realidade das técnicas mesmerianas, atraindo a atenção de leigos e sábios. Em 1831, a Academia de Ciências de Paris, reestudando os fenômenos, reconhece os fluidos magnéticos como realidade científica. Em 1837, porém, retrata-se da decisão anterior, e nega a existência dos fluidos.Deduz-se que essa atitude dos relatores teria sido provocada pela forma adotada pelos magnetizadores para tornar popular a novel Doutrina: explorando o que se chamou A Magia do Magnetismo, utilizando pacientes sonambúlicos, teatralizando a série de fenômenos que ocorriam durante as sessões, e as encenações ruidosas, que ficaram conhecidas como a Câmara das Crises ou O Inferno das Convulsões, tendo como destaque central a Tina de Mesmer - uma grande caixa redonda feita de carvalho, cheia de água, vidro moído e limalha de ferro, em torno da qual os doentes, em silêncio, davam-se as mãos, e apoiavam as hastes de ferro, que saiam pela tampa perfurada, sobre a parte do corpo que causava a dor. Todos eram rodeados por uma corda comprida que partia do reservatório, formando a corrente magnética.Todo esse aparato, porém, não era apropriado para convencer os observadores do efeito eficaz e positivo das imposições e dos passes.Ipso facto, as Comissões se inclinaram pela condenação do Magnetismo, considerando que as virtudes do tratamento ficavam ocultas, enquanto os processos empregados estimulavam desconfiança e descrédito.Os seguidores de Mesmer, entretanto, continuaram a pesquisar e a experimentar."O Marquês de Puységur descobre, à custa de sugestões tranquilizadoras aos magnetizados; o estado sonambúlico do hipnotismo; seguem os seus passos Du Potet e Charles Lafontaine".No sul da Alemanha, o padre Gassner leva os seus pacientes ao estado cataléptico, usando fórmulas e rituais, admitindo a influência espiritual.Em 1841, um médico inglês, o Dr.James Braid, de Manchester, surpreendeu-se com a singularidade dos resultados produzidos pelo conhecido magnetizador Lafontaine, assistindo uma de suas sessões públicas, ao agir sobre os seus pacientes, fixando-lhes os olhos e segurando-lhes os polegares.Braid, em seus trabalhos e escritos científicos, procurou explicar o estado psíquico especial, que era comum nos fenômenos ditos magnéticos, sonambúlicos e sugestivos. Em seusderradeiros trabalhos passou a admitir a hipótese de dois fenômenos de efeitos semelhantes: um hipnótico, normal, devido a causas conhecidas e um magnético, paranormal, a exemplo da visão a distância e a previsão do futuro.Outros pesquisadores seguiram-no: Charcot, Janet, Myers, Ochorowicz, Binet e outros.Em 1875, Charles Richet, então ainda estudante, busca provar a autenticidade científica do estado hipnótico, que segundo ele, mais não era que um estado fisiológico normal, no qual a inteligência se encontrava, apenas, exaltada".Antes, porém, em Paris, o Magnetismo também atrairá a atenção do pedagogo, homem de ciências, Professor Hippolyte Léon Denizard Rivail. Consoante o Prof. Canuto Abreu, em sua célebre obra O Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária, Rivail integrava o grupo de pesquisadores formado pelo Barão Du Potet (1796-1881), adepto de Mesmer, editor do Journal du Magnétisme e dirigente da Sociedade Mesmeriana. À página 139 dessa elucidativa obra, depreende-se que o Prof. Rivail freqüentava, até 1850, sessões sonambúlicas, onde buscava solução para os casos de enfermidades a ele confiados, embora se considerasse modesto magnetizador.Os vínculos, do futuro Codificador da Doutrina Espírita, com o Magnetismo, ficam evidenciados nas suas anotações intimas, constantes de Obras Póstumas, relatando a sua iniciação no Espiritismo, quando em 1854 interessa-se pelas informações que lhe são transmitidas pelo magnetizador Fortier, sobre as mesas girantes, que lhe diz: "parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar"..., sentindo-se à vontade nesse diálogo com o então pedagogista Rivail. São dois magnetizadores, ou passistas, que se encontram e abordam questões do seu íntimo e imediato interesse.Mais tarde, ao escrever a edição de março de 1858 da Revista Espírita, quase um ano após o lançamento de O Livro dos Espíritos em 18.04.1857, Kardec destacaria: " O Magnetismo preparou o caminho do Espiritismo(...). Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas(...) sua conexão é tal que, por assim dizer, é impossível falar de um sem falar de outro". E conclui, no seu artigo: "Devíamos aos nossos leitores esta profissão de fé, que terminamos com uma justa homenagem aos homens de convicção que, enfrentando o ridículo, o sarcasmo e os dissabores, dedicaram-se corajosamente à defesa de uma causa tão humanitáriaÉ o depoimento inconteste do valor e da profunda importância da terapia através dos passes, e, mais tarde, em 1868, ao escrever a quinta e última obra da Codificação, A Gênese, abordaria ele a "momentosa questão das curas através da ação fluídica", destacando que todas as curas desse gênero são variedades do Magnetismo, diferindo apenas pela potência e rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: é o fluido que desempenha o papel de agente terapêutico, e o efeito está subordinado à sua qualidade e circunstâncias especiais.Os passes têm percorrido um longo caminho desde as origens da humanidade, como prática terapêutica eficiente, e, modernamente, estão inseridos no universo das chamadas Terapêuticas Espiritualistas.Tem sido exitosa, em muitos casos, a sua aplicação no tratamento das perturbações mentais e de origem patológica. Praticado, estudado, observado sob variáveis nomenclaturas, a exemplo de magnoterapia, fluidoterapia, bioenergia, imposição das mãos, tratamento magnético, transfusão de energia-psi, o passe vem notabilizando a sua qualidade terapêutica, destacando-se seus desdobramentos em Passe Espiritual (energias dos Espíritos), Passe Magnético (energias do médium) e Passe Mediúnico (energias dos Espíritos e do médium), constituindo-se, na atualidade, em excelente terapia praticada largamente nas Instituições Espíritas.Amparado por um suporte científico, graças, sobretudo, às experiências da Kirliangrafia ou efeito Kirlian, de que se têm ocupado investigadores da área da Parapsicologia, e às novas descobertas da Física no campo da energia, vem obtendo a aceitação e a prescrição de profissionais dos quadros da Medicina, sobretudo da psiquiátrica, confirmando a excelência do Espiritismo, que explica a etiologia das enfermidades mentais e oferece amplas possibilidades de cura desses distúrbios psíquicos, ampliando a ação terapêutica da Psicoterapia moderna.
A COZINHA DO CENTRO ESPÍRITA
Joaquim Ladislau Pires Júnior

O Centro Espírita possui uma série de trabalhos que desempenha visando atingir os seus objetivos.
Normalmente, encontramos na estrutura organizacional do Centro Espírita as palestras, os estudos doutrinários, as reuniões mediúnicas, a evangelização ou a educação espírita, o atendimento fraterno, os passes, os serviços assistenciais, a biblioteca, a diretoria, o conselho fiscal, o conselho deliberativo, os vários departamentos, dentre outras divisões mais conhecidas.
Ocorre que com “o andar da carruagem” e com as diferentes coordenadorias dos serviços, os trabalhadores vão se afastando uns dos outros, cada qual concentrado em sua própria equipe.
Se a Diretoria não se acorda se formam diferentes panelinhas na instituição, em prejuízo do próprio Centro e da uniformidade da energia que deve haver em toda a Casa. Assim, cada um apenas sabe e se interessa sobre o trabalho da própria equipe, não sabendo e nem se interessando e muito menos se preocupando sobre as outras tarefas existentes na casa, cultivando o pensamento de que “o que interessa é o meu grupo, a minha panela, a minha equipe”, ou o pior, “o meu ego”.
Formam-se assim no Centro pequenas repúblicas, com suas “pequenas autoridades”, muitas vezes não afinadas com a maioria. A direção da casa tem que ter a sensibilidade para divulgar para cada uma das equipes que compõem os serviços oferecidos pelo Centro Espírita, a tabela contendo as atividades da instituição, pois desinformação e falta de comunicação é o pior vício que existe.
Mas não é só isso.
Para dissiparem-se as panelas, é indispensável a manutenção de encontros periódicos entre todos os trabalhadores, colocando-os no grande caldeirão da fraternidade. Mas que não sejam apenas encontros de estudos.
Que sejam encontros gastro-fraternos-culturais, onde além dos quitutes da boa e genuína culinária, haja também os ingredientes do amor, do companheirismo e da solidariedade no trabalho em comum no bem, devidamente acompanhados de temas doutrinários que estimulem a assimilação e prática da proposta ético-moral do Espiritismo.
Afinal, de onde nos vêm as idéias?
José B. Campos


"As idéias me vêm à cabeça.É isso que me deixa maluco!De onde elas vêm?"
Meu pai, quando era "vivo", era católico fervoroso. Arrepiava-se todo, e até sofria calafrios, só de imaginar ver uma "alma" perto dele. Embora houvesse posto vinte delas no mundo.
Muita gente, em virtude dos dogmas humanos de suas crenças, têm o mesmo comportamento. Outros sequer se referem ao assunto, por cepticismo ou por não lhes convir. Isto, no entanto, não significa que essas pessoas sejam desprovidas de inteligência (que é uma faculdade do Espírito e constitui a sua individualidade moral), trata-se, apenas, da manifestação do instinto.
"O instinto independe da inteligência?
- Precisamente, não, por isso que o instinto é uma espécie de inteligência. É uma inteligência sem raciocínio. Por ele é que todos os seres provêem às suas necessidades." 1
"Pode-se estabelecer-se uma linha de separação entre o instinto e a inteligência, isto é, precisar onde um acaba e começa a outra?
- Não, porque muitas vezes se confundem. Mas, muito bem se podem distinguir os atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência." 2
"O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita, em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, ao passo que as da inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado.
O instinto varia em suas manifestações, conforme às espécies e às suas necessidades. Nos seres que têm a consciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade." 3
Esclarecem-nos, ainda, os Espíritos Superiores, que o instinto também pode conduzir ao bem e algumas vezes nos guia com mais segurança do que a razão, porque jamais se transvia. Enquanto, à medida que crescem as faculdades intelectuais do homem, a razão pode ser falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo.
"Espírito é sinônimo de inteligência?
- A inteligência é um atributo essencial do Espírito." 4
"A inteligência é atributo do princípio vital?
- Não, pois que as plantas vivem e não pensam: só têm vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode manifestar-se. Necessário é que o Espírito se una à matéria animalizada para intelectualizá-la." 5
"A inteligência é uma faculdade especial, peculiar a algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de atuar, a consciência de que existem e de que constituem uma individualidade cada um, assim como os meios de estabelecerem relações com o mundo exterior e de proverem às suas necessidades.
Podem distinguir-se assim: 1°, os seres inanimados, constituídos só de matéria, sem vitalidade nem inteligência: são os corpos brutos; 2°, os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, porém, destituídos de inteligência; 3°, os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhes outorga a faculdade de pensar." 6
No americano David Lynch, diretor de cinema, autor da frase em epígrafe, o instinto cientificara-o de que as idéias que se lhe chegavam à cabeça tinham origem extra-corpórea; a razão, ou inteligência, comprometida pela falta de esclarecimento espírita, quando questionara a procedência de tais idéias, e faltando-lhe respostas racionais, levara-o à loucura. No meu pai, todavia, o dogma obliterava a razão e o instinto.
A preexistência do espírito (conseqüentemente, a reencarnação também) foi abolida do cristianismo por imposição do Imperador Justiniano (acuado, ante a forte influência da esposa sobre si), no Sínodo de Constantinopla (em 543), cuja decisão (3 votos contra 2) foi anexada ao V Concílio Ecumênico de Constantinopla II (em 553).
Um sínodo só tem valor regional, e um concílio vale para toda a Igreja, por isso, foi feita a indevida anexação.
Interessante é o motivo pelo qual Justiniano intrometeu-se nos assuntos da religião, propondo um artigo de fé que fere a própria Justiça Divina:
Como Teodora, esposa do imperador, fora meretriz (e não, imperatriz), e aborrecida pelo fato de suas ex-colegas estarem sempre à lembrar tal honra, mandara matar quinhentos delas, provocando a revolta do povo, que passara a afirmar a necessidade da imperatriz ser assassinada em quinhentos reencarnações sucessivas, para pagar tal delito. Passando, Teodora, à odiar a doutrina da reencarnação.
Por determinação de Justiniano (que jamais fora justo), após o concílio, foram mortas mais de um milhão de pessoas (reencarnacionistas), só no Oriente Médio.
"Ora veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que eu te formasse no ventre de tua mãe te conheci, e antes que saísses da madre de tua mãe te santifiquei e te estabeleci profeta entre as nações" 7
Jeremias narra, em seu livro, que o próprio Senhor afirmara de modo absoluto a preexistência do Espírito.
"Ora, Samuel já havia morrido, e todo o Israel o tinha chorado, e o tinha sepultado em Ramá, que era a sua cidade. E Saul tinha desterrado as necromantes e os adivinhos (como eram denominados os médiuns).
Ajuntando-se, pois, os filisteus, vieram acampar-se em Suném; Saul ajuntou também todo o Israel, e se acamparam em Gilboa.
Vendo Saul o arraial dos filisteus, temeu e estremeceu muito o seu coração. Pelo que consultou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. Então disse Saul aos seus servos: Buscai-me uma necromante, para que eu vá a ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Eis que em En-Dor há uma mulher que é necromante.
Então Saul se disfarçou, vestindo outros trajes; e foi ele com dois homens, e chegaram de noite à casa da mulher. Disse-lhe Saul: Peço-te que me adivinhes pela necromancia (mediunidade), e me faças subir aquele que eu te disser.
A mulher lhe respondeu: Tu bem sabes o que Saul fez, como exterminou da terra os necromantes e os adivinhos; por que, então, me armas um laço à minha vida, para me fazeres morrer?
Saul, porém, lhe jurou pelo Senhor, dizendo: Como vive o Senhor, nenhum castigo te sobrevirá por isso.
A mulher então lhe perguntou: Quem te farei subir (comunicar-se)? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel.
Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz, e falou a Saul, dizendo: Por que me enganaste? pois tu mesmo és Saul.
Ao que o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a mulher respondeu a Saul: Vejo um deus que vem subindo de dentro da terra.
Perguntou-lhe ele: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e lhe fez reverência.
Samuel disse a Saul: Por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: Estou muito angustiado, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se tem desviado de mim, e já não me responde, nem por intermédio dos profetas nem por sonhos; por isso te chamei, para que me faças saber o que hei de fazer.
Então disse Samuel: Por que, pois, me perguntas a mim, visto que o Senhor se tem desviado de ti, e se tem feito teu inimigo?
O Senhor te fez como por meu intermédio te disse; pois o Senhor rasgou o reino da tua mão, e o deu ao teu próximo, a Davi. Porquanto não deste ouvidos à voz do Senhor, e não executaste e usou o furor da sua ira contra Amaleque, por isso o Senhor te fez hoje isto.
E o Senhor entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus. Amanhã tu e teus filhos estareis comigo, e o Senhor entregará o arraial de Israel na mão dos filisteus." 8
Esse relato, extraído da Bíblia, demonstra a veracidade da sobrevivência do espírito, após o falecimento do corpo material; comprova ser possível a comunicabilidade entre os mundos espiritual e físico, por intermédio da mediunidade; e, para não restar dúvidas, Samuel (desencarnado) vaticina a morte de Saul e de seus filhos, asseverando que eles (por serem imortais) estariam naquele mesmo dia com ele (no plano espiritual). Vale ressaltar, ser esse texto bíblico muito usado pelas religiões e seitas que se opõem ao Espiritismo, para condenar a mediunidade, afirmando que Saul morreu porque consultou uma médium. Quando, na verdade, Saul morreu porque não dera ouvidos à voz do Senhor.
"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor." 9
Malaquias anuncia (mais de quatrocentos anos antes de João Batista nascer) a volta do profeta Elias (falecido há mais de seis séculos antes da profecia, portanto, só poderia voltar reencarnado);
"Tendo Jesus chegado às regiões de Cesaréia de Felipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?
Responderam eles: Uns dizem que és João, o Batista; outros, que és Elias; outros, que Jeremias, ou algum dos profetas que ressuscitou." 10
O diálogo, reproduzido acima, atesta a convicção dos judeus quanto à pluralidade das existências. Dizer é afirmar, e só se afirma aquilo que se crê.
"(Após a transfiguração) Seus discípulos então o interrogaram desta forma: ‘Por que dizem os escribas ser preciso que antes volte Elias?’ – Jesus lhes respondeu: ‘É verdade que Elias há de vir e restabelecer todas as coisas – mas, eu vos declaro que Elias já veio e eles não o conheceram e o trataram como lhes aprouve. É assim que farão sofrer o Filho do Homem.’ – Então, seus discípulos compreenderam que fora de João Batista que ele falara." 11
Para complementar, o próprio Jesus ratifica a reencarnação do profeta Elias, na personalidade João Batista, e, ainda mais, assevera que ele virá de novo ao orbe terrestre (reencarnado, é claro!).
O Espírito é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível (ou mundo dos espíritos); seu corpo natural é o perispírito (numa imagem grosseira: uma espécie de vapor: mais denso se o espírito é inferior, e muito sutil quando evoluído moralmente); temporariamente utiliza um invólucro material (corpo) modelado pelo perispírito (numa figura: o laço que o prende ao corpo), inerente ao globo que vá habitar, para se esclarecer e purificar. Tanto quanto tudo em o Universo, obedece, também, a lei imutável de Deus: a lei de evolução, voluntária ou compulsória.
Alma é o Espírito encarnado, isto é, o Espírito fazendo uso do veículo físico. Portanto, meu pai não deveria temê-la.
Quando se dá a desencarnação (morte do corpo), o Espírito retorna à sua dimensão primitiva (o plano espiritual).
Há no homem três partes essenciais: o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; a alma (Espírito encarnado) que tem no corpo a sua habitação temporária; e o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga-o ao corpo.
"Desde que cessa a vida do corpo, o Espírito o abandona. Antes do nascimento, ainda não há união definitiva entre o espírito e o corpo; enquanto que, depois dessa união se haver estabelecido, a morte do corpo rompe os laços que o prendem ao espírito e este o abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem espírito (por exemplo, as plantas), mas o espírito não pode habitar um corpo privado de vida orgânica." 12
"Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma?
"Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem." 13
A inteligência proporciona o livre-arbítrio ao Espírito, ou seja, a liberdade de escolha, segundo a sua vontade, e o poder de agir por determinação própria. Sendo que, o livre-arbítrio sujeita-o à lei de causa e efeito, dando-lhe responsabilidade íntima sobre as suas decisões e as suas ações. Responderá, assim, por todo o mal que pratique e por todo o bem que deixe de fazer.
O instinto, por outro lado, orienta-o conforme a lei de conservação. Em verdade, é um acréscimo de misericórdia, do nosso Pai Celestial.
Mas, afinal, de onde nos vêm as idéias?
Ora, se somos Espíritos, imortais, e temos reencarnado sucessivamente, adquirimos, através das várias existências, inúmeros conhecimentos científicos, filosóficos e religiosos. Mas, quando estamos reencarnados, Deus, na sua misericórdia infinita, permite que esqueçamos as reencarnações anteriores, a fim de que o nosso passado delituoso não nos afete o desejo de redimirmo-nos.
Havendo, como verdadeiramente há, a possibilidade do intercâmbio espiritual entre os planos de vida, é natural que recebamos conselhos dos espíritos amigos, por inspiração ou processo mediúnico.
Quando na existência corpórea, em determinadas ocasiões (durante o sono, principalmente), volvemos à dimensão espiritual e encontramo-nos com seres simpáticos, travando diálogos acerca de assuntos que nos agrada. Os sonhos (no fenômeno de desdobramento), muitas vezes, são lembranças desses encontros.
É bom não confundirmos o fenômeno de desdobramento (emancipação da alma) com os sonhos e pesadelos, frutos de clichês mentais (imagens do dia a dia, gravadas no nosso subconsciente).
Logo, qualquer idéia que nos venha à cabeça é o despertar de recordações de nossa conversação no mundo espiritual ou experiência congênita que se nos aflora, no momento ideal.
Porém, saibamos discernir quais as idéias devamos aproveitar e pôr em prática, conscientizados de que os nossos atos refletirão, mais cedo ou mais tarde, a luz ou a sombra, da qual somos portadores.
Ademais, nossas atitudes definem qual a classe de Espírito nos situamos atualmente, a de seres iluminantes, ou a de noctívagos.
Notas:
Questão 73, de "O Livro dos Espíritos";
Questão 74, de "O Livro dos Espíritos";
Comentário de Allan Kardec, parte 1, cap IV, "Inteligência e Instinto", de "O Livro dos Espíritos";
Questão 24, de "O Livro dos Espíritos";
Questão 71, de "O Livro dos Espíritos";
Comentário de Allan Kardec, questão 71, de "O Livro dos Espíritos";
Jeremias, cap 1, vv 4 e 5;
Samuel, cap 28, vv 3 a 20;
Malaquias, cap 4, v 5;
Mateus, cap 16, vv 13 a 14;
Mateus, cap 17, vv 10 a 13;
Resposta à questão 136 – a, de "O Livro dos Espíritos";
Questão 136 – b, de "O Livro dos Espíritos";